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Talvez o pior dia para o torcedor da Costa Rica neste último ciclo da Copa do Mundo tenha sido 6 de dezembro de 2013. Foi nesta data que se realizou o sorteio das chaves do torneio, colocando os Ticos no Grupo da Morte, ao lado de Itália, Uruguai e Inglaterra. Não era preciso ser especialista para ver o time caribenho como possível saco de pancadas e os costarriquenhos se perguntavam se o Mundial para a sua seleção duraria mais do que duas rodadas.

Mas todas as incertezas fora de campo foram derrubadas pela equipe de Jorge Luis Pinto dentro das quatro linhas, e de maneira histórica. Depois de eliminatórias sem sustos, a Pura Vida chegou as quartas de final da competição realizada no Brasil, se tornando a grande sensação da Copa.

A qualificação para a competição realizada no Brasil deu os primeiros sinais do que a Costa Rica poderia fazer. A classificação para o Hexagonal Final da Concacaf foi tranquila, na segunda colocação do Grupo B, somente atrás do México. Mas o melhor desempenho veio mesmo na chave decisiva, quando os Ticos foram os segundos melhores da região, carimbando o passaporte diretamente para o Brasil ao lado de EUA e Honduras.

A vaga veio com 100% de aproveitamento como mandante e derrotas apenas para as outras das seleções que se garatiriam sem precisar da repescagem. Foram 18 pontos em 10 partidas na fase final, com 13 gols marcados e 7 sofridos. Apesar de poucos gols marcados, eles foram decisivos e a forte defesa garantiu os resultados, uma tônica que se repetiria na maior competição do futebol.

Os costa-riquenhos chegaram despercebidos no Brasil, mas logo seriam notados. Mais precisamente na rodada de abertura da Copa do Mundo. Jogando no Castelão, superaram o Uruguai por 3 a 1, deixando o Grupo D de “cabeça para baixo” logo de cara. Com a vitória da Itália sobre a Inglaterra, todas as seleções apareciam com chance de classificação.

Quando todos achavam que a equipe caribenha já tinha apresentado sua surpresa, veio mais uma vitória sobre um grande campeão mundial. Desta vez, foi a Arena Pernambucana que presenciou o triunfo sobre a Itália, por 1 a 0.

Se muitos acreditavam que o time de Jorge Luis Pinto poderia chegar eliminado à 3ª rodada, acabou que aconteceu exatamente o contrário: a equipe já estava nas oitavas de final quando pegou a Inglaterra no Mineirão e pode poupar titulares pensando no mata-mata. Mesmo assim, terminou a primeira fase de forma invicta com o empate em 0 a 0 e ficou conhecido como “Jason”, já que o foi o elemento mais mortífero do Grupo da Morte.

Já igualando o seu melhor resultado na história dos Mundias, a Costa Rica enxergou a possibilidade de ir além, já que enfrentaria a Grécia por uma vaga entre os oito melhores do torneio. Novamente no Recife, o sonho parecia que ia ficar pelo caminho, quando Sokratis empatou aos 46 minutos do segundo tempo a partida no tempo normal, obrigando os rivais a irem para mais 30 minutos de jogo com um jogador a menos. Os caribenhos se seguraram e, nos pênaltis, brilhou a estrela do goleiro Keylor Navas, que já era destaque da equipe pelas grandes defesas.

Nas quartas de final, a equipe protagonizou o único jogo sem gols da Arena Fonte Nova, contra a Holanda, mas caiu para a estratégia do treinador Louis Van Gaal, que escalou o goleiro Tim Krul apenas para as penalidades e ele pegou duas cobranças.

De qualquer forma, a Costa Rica teve um desempenho espetacular na Copa do Mundo do Brasil, chegando pela primeira vez entre os oito melhores do torneio, sem nenhuma derrota e ainda com a melhor defesa da competição. Por conta disso, o goleiro Navas foi considerado por muitos o melhor do Mundial, tendo sofrido apenas dois gols. E diferente do que muitos poderiam dizer, a campanha invicta veio com um grande futebol, sendo superiores a maiorias dos adversários que enfrentou, inclusive os campeões mundiais da primeira fase.

Outros atletas como Bryan Ruiz, Joe Campbell e Yeltsin Tejeda tiveram também bem desempenho, mas o que prevaleceu foi a força do grupo, muito bem montado por Jorge Luis Pinto. Foi a prova que nem sempre craques formam um bom time, mas que é possível construir uma bela equipe sem eles. Uma lição que os brasileiros poderiam aprender após esta Copa do Mundo.